"é hora da gente se juntar"
05 de abril (sexta-feira) as 9h na Associação Dança Cariri tem Oficina "Práticas de Ajuntamento" ministrada pela bailarina Mariana Pimentel.
“Práticas de ajuntamento” é uma oficina que investiga ferramentas de criação
coletiva pautadas nas políticas de relação e convivência. Consiste na
experimentação de um mapeamento de propostas de trabalho coletadas ao longo da prática artística de Mariana que tem como base o corpo coletivo
e a experiência compartilhada entre os participantes, fazendo emergir a partir
da performatividade seus modos de viver em sociedade. "
O laboratório reúne
práticas que vivenciei com coreógrafos diversos e tem como métodos
centrais a Composição em Tempo Real desenvolvida pelo coreógrafo
português João Fiadeiro e o Modo Operativo AND, desenvolvida pela artista
e antropóloga brasileira Fernanda Eugenio, os quais pesquiso, aplico e
vivencio há 9 anos".
"Esta proposta é também parte da investigação que estou iniciando
relacionada às sistematizações metodológicas já realizadas por artistas e
professores de dança através de livros, manuais, vídeos-aula - entre outros
suportes – que chegaram até a mim neste momento, na qual me debruço
sobre a possibilidade de fazer aula e dançar com coreógrafos de todo o mundo sem precisar sair da minha cidade, evidenciando também questões
sobre transmissão, acervo e memória. Esta investigação está também
relacionada com o fato de que eu trabalho com frequência em solos, o que
me traz questões: Como então posso desenvolver uma grupalidade de outras
formas? Como um solo pode ser criado a partir de um coletivo, contradizendo
o fluxo das companhias de dança nas quais uma só pessoa dirige um grupo?
Estas e outras questões serão colocadas em jogo ao longo deste percurso.
As aulas são divididas em exercícios de atenção, percepção e
disponibilização do corpo e na experimentação dos métodos centrais, sendo
importante que cada participante chegue um pouco antes do horário, se
possível, para fazer seu próprio aquecimento e alongamento (também após a
aula). Importante ressaltar que é um laboratório de experimentação: estamos
todos em trabalho e aprendizado, inclusive a proponente. A relação é
horizontalizada e coletiva.
A contemporaneidade nos apresenta a cada dia complexos desafios
no que diz respeito à vida em comunidade. Das ações cotidianas mais
simples como entrar e sair de um ônibus a dividir uma equipe de trabalho, a
alteridade parece ser um conceito cada vez mais distante das relações
interpessoais. A internet e as redes sociais aceleram o tempo e provocam o
apagamento constante do corpo, fazendo emergir diversas questões
relacionadas à fragmentação de identidades e da presença.
Sendo assim, a
oficina “Práticas de ajuntamento” investiga ferramentas compartilhadas
pautadas nas políticas de relação e convivência com base na improvisação e
composição em dança. Consiste na experimentação de um mapeamento de
propostas de trabalho coletadas por mim ao longo da minha prática artística
na dança que tem como base o corpo coletivo e a troca de experiências
entre os participantes, fazendo emergir a partir da performatividade seus
modos de viver em sociedade. “Como viver juntos?”, pergunta já feita por
Roland Barthes, é a pergunta central corporificada por esta oficina. Estas e
outras questões serão colocadas em jogo ao longo deste percurso."
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